O agravamento da inadimplência escolar é um dos reflexos da crise econômica pela qual o Brasil passa. Com o aumento da taxa de desemprego e a queda do poder de consumo da população, o orçamento das famílias fica cada vez mais apertado no final do mês e, com isso, os pagamentos deixam de ser feitos. Num cenário instável, como o atual, a gestão escolar deve estar preparada para lidar com esses desafios e lançar mão de estratégias que diminuam os impactos da falta de pagamento das mensalidades. Confira, a seguir, dicas de como tratar a inadimplência escolar.
Usar a tecnologia a favor
O colégio precisa de um sistema de gestão escolar automatizado, para controlar com mais eficiência o pagamento das mensalidades e, assim, poder planejar a própria gestão financeira. Com isso, a escola pode acompanhar com precisão como estão as finanças do estabelecimento e, a partir daí, tomar as medidas cabíveis. Por exemplo, o envio de boletos pelo próprio software facilita a cobrança da mensalidade e evita desgaste da equipe da escola para receber o pagamento.
Analisar caso a caso
De modo geral, a educação é vista como uma prioridade para as famílias. Porém, em épocas de crise, as pessoas passam por um processo de desprendimento de alguns padrões de qualidade, devido à questão financeira. Por isso, para evitar a inadimplência escolar, é importante que o colégio avalie cada situação. Por exemplo, um pai com dificuldades financeiras que possui dois filhos num estabelecimento particular terá mais dificuldades de honrar as mensalidades do que um pai que tem apenas um filho matriculado. Num momento inicial de cobrança, uma boa conversa com o responsável pelo aluno poderá dar pistas de como a escola deverá lidar com a inadimplência.
Promover a educação financeira
Se o estabelecimento escolar pensar no longo prazo e na manutenção do estudante por muitos anos, uma alternativa é estimular a educação financeira dos inadimplentes, por exemplo, com um uma palestra, um minicurso ou uma cartilha. Se um pai matriculou o filho em uma escola particular, é sinal de que, em princípio, ele se preocupa com a qualidade do ensino. É provável que o responsável pelo estudante tenha interesse em manter esse padrão. Logo, aumentam-se as chances de ele querer se educar financeiramente para honrar os compromissos com o estabelecimento.
Conforme o porte da escola e, se for interesse do colégio, é possível até encontrar outras formas de pagamento de algumas mensalidades, que não só a financeira, como a troca por um tipo de trabalho, por exemplo. Se um pai é especialista em determinado serviço, como manutenção de computadores, ele pode executar esse trabalho em troca do pagamento da mensalidade. Antes de fazer isso, porém, é importante consultar o setor jurídico da escola, para que não haja problemas legais.
Prêmios e descontos para combater a inadimplência escolar
Para prevenir a falta de pagamento das mensalidades, algumas escolas oferecem bonificações para os pais ou responsáveis, por exemplo, o sorteio de um prêmio ou um desconto para quem pagar em dia num determinado mês. Outra opção é fazer o sorteio no final do ano, para quem pagou todas as mensalidades sem atrasos.
Vale lembrar que, mesmo com a inadimplência escolar, o estabelecimento de ensino não pode impedir o acesso do aluno ao colégio. A lei nº 9.870/1999, que trata do valor total das anuidades escolares, estabelece que “são proibidas a suspensão de provas escolares, a retenção de documentos escolares ou a aplicação de quaisquer outras penalidades pedagógicas por motivo de inadimplemento”. Nesse caso, a escola tem o direito de não renovar a matrícula para o ano seguinte.
A colocação do nome do inadimplente numa lista do serviço de proteção ao crédito, como o SPC, deve ser consultada junto ao setor jurídico da escola ou de uma entidade de classe, para evitar problemas legais, já que ainda existe certa polêmica sobre esse ponto.
O que você faz para diminuir os efeitos da inadimplência escolar no colégio onde trabalha? Compartilhe seu conhecimento conosco. Deixe seu comentário aqui no blog.