É muito importante falar sobre bullying e violência na escola. Mesmo nos dias de hoje, não faltam exemplos de atitudes e comportamentos violentos em instituições do mundo todo: brigas entre alunos ou com professores e funcionários, vandalismo e destruição do patrimônio escolar, agressões verbais e físicas e até consumo de drogas. Isso também se espalhou para os ambientes virtuais e foi aí que surgiu o cyberbullying, que são agressões verbais, humilhações e calúnias na internet.
Um ambiente escolar seguro é essencial para o sucesso social e acadêmico dos alunos. Afinal, segurança é uma condição básica para o aprendizado, e a falta dela reflete diretamente no desempenho escolar das crianças e jovens.
Os casos de bullying e violência na escola representam grandes desafios para o corpo docente e para os gestores escolares, uma vez que ganham a mídia e uma repercussão inevitável. Ainda que esse assunto seja do interesse dos pais e da sociedade em geral, normalmente, a instituição se torna a principal responsável, tanto pela prevenção quanto pelo combate à violência na escola.
Embora seja um problema grave, percebemos que grande parte das instituições (especialmente no território brasileiro) estão despreparadas para lidar com essas situações. Um dos principais motivos é a falta de uma cultura voltada à conscientização e prevenção do bullying e violência na escola, com o objetivo de manter o ambiente pacífico e livre de conflitos graves.
Para criar um ambiente seguro e confortável para os alunos, professores e funcionários, devemos considerar várias etapas. Mas, por meio de procedimentos simples, é possível evitar o bullying e a violência na escola, bem como transformar a realidade dos alunos dentro e fora da sala de aula.
Listamos abaixo 10 dicas para prevenir o bullying e a violência na escola:
1. Crie um comitê de segurança
Boas escolas trabalham com planejamento e organização. Por isso, a melhor forma de prevenir e combater o bullying e a violência na escola é envolver toda a comunidade em projetos de longa duração, voltados para a promoção da segurança no ambiente escolar. Portanto, o primeiro passo é organizar um comitê de segurança, composto por funcionários, pais e alunos interessados.
Esse grupo deve identificar as necessidades de segurança da escola, por meio da observação contínua, do registro detalhado das situações de conflito e dos relatos voluntários de professores, funcionários e alunos.
A partir desse levantamento, o comitê vai criar estratégias de combate ao bullying e violência na escola. Algumas práticas são:
- Campanhas;
- Palestras;
- Atividades preventivas;
- Jogos colaborativos;
- Vivências entre os alunos;
- Rodas de conversa;
- Ações educativas.
2. Faça um projeto preventivo contra bullying e violência na escola
O bullying é uma das situações mais comuns — e mais preocupantes — de violência na escola. As agressões verbais, físicas ou virtuais entre alunos têm caráter nocivo e causam sérios danos à autoestima e autoconfiança dos estudantes, refletindo na personalidade e no desempenho acadêmico deles.
A cada ano ou semestre, crie um programa de prevenção ao bullying. Esse programa deve incluir atividades em sala de aula e campanhas de conscientização, por exemplo. Bem como treinamentos para que os pais e os funcionários saibam como identificar o problema e como intervir quando for necessário.
Essas medidas preventivas devem envolver todo o ambiente escolar, como a confecção de cartazes e uma supervisão intensa nos momentos de intervalo, por exemplo.
3. Previna-se contra a violência na escola
Embora seja importante reagir de forma assertiva às situações de bullying e violência na escola, nada melhor do que a prevenção, né? Com base na vivência e experiência profissional dos funcionários e professores, identifique quais são os tipos mais comuns de violência na escola.
Uma boa forma de aprofundar-se nisso é descobrir se existem e quais são os gatilhos para essas situações. As conversas e os debates com os alunos, funcionários e professores ajudam muito nessa questão.
Com base nesse levantamento, estabeleça um padrão de ações que você pode ou deve usar nas situações de bullying e violência na escola. Assim, caso algo realmente aconteça, você vai ter um modus operandi.
4. Aja imediatamente
Um dos maiores erros que podemos cometer na hora do combate ao bullying e violência na escola é minimizar ações precedentes das atitudes violentas. Por isso, pequenas brigas entre alunos, discussões, indícios sutis de bullying e queixas de professores e funcionários devem ser investigados, antes que saiam de controle.
Se você identificar casos de bullying e violência na escola, não demore para tomar as providências necessárias. Identifique o problema, analise-o, discuta sobre o que deve ser feito e tome a ação necessária imediatamente.
5. Identifique os possíveis alvos de bullying e violência na escola
O bullying é uma das formas mais comuns de violência na escola. Teoricamente, qualquer pessoa pode ser uma vítima, mas, na prática, alguns alunos tendem a sofrer mais bullying do que outros.
Crianças e adolescentes com baixa autoestima, introvertidos ou que possuem particularidades físicas, por exemplo, costumam ser alvo mais fácil de agressões físicas e verbais. Essas agressões podem ser praticadas por um ou mais colegas e também podem acontecer no ambiente virtual, caracterizando o cyberbullying.
Esteja atento ao ambiente escolar, a fim de identificar possíveis alvos. Peça aos professores para informarem sobre mudanças bruscas de comportamento entre os alunos. Geralmente, os estudantes que sofrem bullying podem apresentar queda no rendimento escolar, isolamento social e mudanças visíveis na personalidade.
Leia o artigo: Saiba como identificar e prevenir o bullying na escola →
6. Estimule os alunos a praticarem atividades extras
O ócio não é, necessariamente, um fator associado ao aumento do bullying e da violência na escola. Mas o excesso de tempo livre pode, sim, levar a situações de alerta e facilitar o comportamento violento entre os estudantes.
A boa notícia é que existem alternativas práticas e viáveis para contornar esse problema, como a educação em tempo integral. Assim, os alunos continuam tendo um desenvolvimento saudável mesmo nos momentos de intervalo e após as aulas.
Considere oferecer atividades extracurriculares nos períodos livres e incentive a participação de todo o corpo escolar. Algumas opções que não exigem altos investimentos são:
Prática de esportes:
- Corrida/atletismo;
- Futebol;
- Vôlei;
- Basquete;
- Judô;
- Capoeira.
Jogos de tabuleiro:
- Damas;
- Xadrez.
Trabalhos manuais:
- Crochê;
- Tricô;
- Bordado;
- Pintura.
Aulas extras:
- Culinária;
- Idiomas (inglês, espanhol, etc.);
- Música;
- Yoga/meditação;
- Teatro;
- Reforço escolar.
Atividades educativas:
- Simulados;
- Oficinas pedagógicas;
- Gincanas;
- Competições acadêmicas;
- Projetos educativos online;
- Apresentações culturais;
- Visitas de campo (museus, planetários, etc.).
A prática de atividades extracurriculares faz com que os estudantes ocupem-se de forma saudável, o que pode ajudar a evitar o bullying e a violência na escola.
Saiba mais:
4 ideias para usar sala de aula digital na volta às aulas presenciais
Musicalização infantil: qual é o papel da música na educação das crianças?
Entenda a importância das oficinas pedagógicas e saiba como criá-las
7. Estabeleça discussões sobre fama e idolatria
Em muitos casos, a mídia tem uma parcela de responsabilidade no que se refere à violência dentro e fora do ambiente escolar.
A valorização de ídolos e personalidades conhecidas por comportamentos inadequados e violentos, por exemplo, pode influenciar negativamente a percepção de crianças e jovens que estão em pleno processo de formação.
É importante que os alunos compreendam que há tipos diferentes de fama e que muitos deles não são positivos. Incentive o debate saudável a respeito do assunto. Inclusive, por meio de trabalhos e atividades (dentro e fora da sala de aula), você pode apresentar os perigos dos maus exemplos e os benefícios dos bons.
8. Identifique sinais de alerta de bullying e violência na escola
Ameaças, situações de intimidação, humilhação e exclusão do grupo social não deixam marcas visíveis como as agressões físicas, mas nem por isso são menos importantes. No entanto, identificar esse problema pode ser um desafio para os educadores.
Ainda que essas atitudes não tenham machucados físicos, os alunos que estão causando ou sofrendo atitudes de bullying e violência na escola, geralmente, dão sinais de alerta. Alguns destes sinais são:
- Perda de interesse repentina;
- Obsessão por jogos violentos;
- Depressão e isolamento social;
- Queda na participação em atividades acadêmicas;
- Redações que demonstram sentimentos de desespero ou desolação;
- Dificuldade em controlar a raiva;
- Violência contra animais;
- Conversas sobre morte ou instrumentos violentos.
Oriente os educadores para que estejam atentos a esses sinais, a fim de tomar medidas de precaução ou intervir imediatamente quando for necessário.
9. Seja uma presença visível
Um dos maiores erros dos diretores e coordenadores ao lidar com o bullying e violência na escola é acreditar que todas as ações necessárias podem ser tomadas no conforto de suas salas. Porém, na verdade, manter-se presente é uma das atitudes mais importantes que um educador deve ter.
Ande pela escola, visite as salas de aula e torne-se uma presença conhecida e constante. Também é importante que você interaja com os alunos. Afinal, é uma forma de conhecê-los e mostrar que eles não precisam ter medo de te procurar quando precisarem de você. Você também sempre deve receber bem os pais dos estudantes nas reuniões escolares.
Além disso, o simples hábito de envolver-se com os alunos e demonstrar, na prática, a importância do respeito pode ser o que falta para prevenir o bullying e a violência na escola, assim como estabelecer a segurança no ambiente escolar.
O papel do diretor escolar no sucesso da instituição | Leia o artigo →
10. Incentive pais e professores ao elogio
Muitas vezes, prevenir a violência pode ser mais simples do que se imagina. Por mais que pareça clichê, demonstrar amor, cuidado, elogio e palavras de apoio são os melhores remédios contra o bullying e violência na escola. Por exemplo, crianças e adolescentes que se sentem amados e valorizados são menos passíveis de agir de modo violento.
Para incentivar essa atitude entre professores, educadores e até mesmo entre os alunos, promova a empatia. O primeiro passo é se colocar no lugar do outro, a fim de evitar conflitos e manter um ambiente seguro e pacífico, favorável ao aprendizado e ao convívio social.
O papel da escola na prevenção do bullying e da violência
A escola tem papel essencial no combate ao bullying e à violência. Mas, para isso, é necessário ter uma parceria entre os educadores, a família e a sociedade. Assim, é possível prevenir e resolver conflitos dentro e fora das salas de aula. Também é uma forma de reforçar valores como respeito, solidariedade, tolerância, ética, justiça e amizade.
Lembre-se de que os estudantes são cidadãos em formação e as lições aprendidas na escola devem prepará-los não apenas para o vestibular e para a vida acadêmica, mas para ocuparem seu papel na sociedade de forma positiva e saudável.
Promover a segurança e combater o bullying e a violência na escola é uma das maiores responsabilidades do corpo docente e ainda há muito a se fazer nesse aspecto. Da mesma forma, envolver os pais, os professores e os próprios alunos é fundamental para ter bons resultados e se tornar uma instituição que é referência na formação de cidadãos conscientes.
Quais procedimentos sua escola já adota para evitar o bullying e a violência? Compartilhe sua experiência conosco nos comentários!
Aproveite para nos acompanhar nas redes sociais e ter outras dicas sobre gestão escolar:
Facebook: @wakkeforthenew
Instagram: @wakke.co | @escolaweb
LinkedIn: Wakke