O termo “bullying”, usado para se referir a práticas violentas no âmbito escolar, vem se tornando cada vez mais popular. Entretanto, diferentemente do que muitas pessoas acreditam, esta prática pode acontecer muito além dos muros da escola. Existem diversos tipos de bullying e todos eles precisam ser evitados e combatidos por professores, gestores, estudantes e familiares.
O bullying é considerado por diversos especialistas como um verdadeiro problema de saúde pública, uma vez que as vítimas tendem a desenvolver sérios problemas de saúde física e mental. Por isso, o tema deve ter total atenção dos gestores, professores e pais, para que seja possível evitar o bullying dentro e fora da escola.
A seguir, o Escolaweb traz um guia completo sobre os principais tipos de bullying na escola, quem são as vítimas e os agressores e o que os pais e a escola podem fazer para evitar esse problema.
O que é o bullying?
O bullying na escola é caracterizado como a prática de atos agressivos contínuos, onde há a intenção do autor em ferir física ou moralmente a vítima. Geralmente, o bullying segue um padrão: são atos repetidos contra os mesmos alvos e com uma “plateia” que assiste às agressões.
Em 2015 foi sancionada no Brasil a Lei Antibullying. Ela caracteriza os tipos de agressões que se enquadram nesta modalidade e as suas sanções legais.
Alguns exemplos de ações consideradas bullying são:
- Ameaçar a vítima;
- Fazer grafites depreciativos sobre determinada pessoa;
- Promover o isolamento social do indivíduo;
- Perseguir, amedrontar e chantagear o alvo.
Por isso, é extremamente importante que todos os envolvidos tenham consciência de que o bullying é um problema muito sério. E, ao contrário do que muitos pensam, essas ações também acontecem no ambiente virtual. É o que chamamos de cyberbullying.
Independente do meio em que acontece, é uma prática que traz consequências graves que, muitas vezes, a vítima carrega por toda a sua vida. Por este motivo, não é raro encontrar especialistas apontando a questão como um verdadeiro problema de saúde pública.
Quais são os principais tipos de bullying na escola?
Especialistas das áreas da Pedagogia, Psicologia e Ciências Sociais apontam que existem cerca de 10 tipos de bullying, cada um deles com características e vítimas específicas. Confira a seguir quais são os principais tipos de bullying praticados no Brasil.
| Tipo de Bullying | Descrição | Principais características |
| Físico | O Bullying físico envolve agressões diretas ao corpo da vítima, como socos, chutes, empurrões e qualquer tipo de contato físico intencional que cause dano ou desconforto. É uma forma de intimidação que pode deixar marcas físicas visíveis e cicatrizes emocionais permanentes na vítima. | Socos; Tapas; Chutes; Puxões de cabelo; Imobilização. |
| Moral | O Bullying moral ocorre quando o agressor busca degradar a moral da vítima, atacando sua integridade, reputação ou valores pessoais. | Boatos; Difamação; Manipulação; Ataques para prejudicar a imagem da vítima; Exposição indesejada. |
| Verbal | O Bullying verbal é aquele onde não há contato físico entre a vítima e o agressor. Nesta modalidade, que é uma das mais comuns, acontecem xingamentos, piadas depreciativas, humilhações públicas, etc. | Xingamentos; “Piadas” degradantes; Apelidos; Chacotas públicas ou privadas. |
| Cyberbullying | O Cyberbullying é uma forma de intimidação que acontece através de meios digitais, como redes sociais, mensagens de texto, e-mails, Whatsapp e fóruns online. Os agressores usam essas plataformas para enviar mensagens ofensivas, divulgar fotos ou vídeos constrangedores, criar perfis falsos para difamar a vítima, entre outras formas de assédio virtual. | Mensagens ofensivas; Divulgação de fotos e/ou vídeos com o objetivo de constranger a vítima; Chantagens;Conversas degradantes; Exposição pública; Perseguição por telefone ou redes sociais. |
| Psicológico | O Bullying psicológico é caracterizado por manipulação emocional e comportamental, visando causar angústia, medo, ansiedade e outros problemas psicológicos na vítima. | Ameaças; Intimidações; Isolamento social; Chantagens emocionais. |
| Preconceituoso | O Bullying preconceituoso ocorre quando a agressão é motivada por preconceitos relacionados a características da vítima, como raça, etnia, religião, orientação sexual, gênero ou deficiência. Esse tipo de bullying perpetua estereótipos e discriminações, causando danos emocionais e perpetuando desigualdades sociais. | Apelidos; Piadas preconceituosas; Comentários ofensivos; Injúria; Discriminação; Afastamento da comunidade. |
| Social | O Bullying social é uma forma de exclusão, onde a vítima é deliberadamente ignorada, excluída de grupos sociais, eventos e atividades. Esse tipo de bullying pode causar sentimentos de solidão, isolamento e baixa autoestima na vítima, afetando sua capacidade de se integrar e se relacionar socialmente. | Exclusão social; Formação de “grupos” fechados e pouco receptivos. |
| Material | O Bullying material envolve danos ou roubo de pertences pessoais da vítima, como dinheiro, roupas, materiais escolares ou qualquer outro item. Esse tipo de bullying pode causar prejuízos financeiros e emocionais para a vítima, além de perpetuar um ambiente de insegurança e desconfiança. | Furto, roubo ou depredação de objetos e pertences da vítima. |
Como evitar o bullying na escola?
Existem diversos projetos e campanhas do governo, como a Bullying #ÉdaMinhaConta, por exemplo, que visa conscientizar e proteger as vítimas dessas ações — normalmente, crianças e adolescentes.
A verdade é que, como em qualquer prática violenta, a melhor forma de combate ao bullying é através do conhecimento e do repúdio. Sendo assim, para evitar essas práticas na instituição de ensino, os gestores escolares podem seguir algumas dicas essenciais, por exemplo:
- Mobilizar a comunidade escolar para uma campanha permanente de respeito às diferenças;
- Implantar regras contra o bullying;
- Ouvir sugestões e reclamações dos alunos sobre o assunto;
- Estimular os alunos a denunciarem os casos;
- Interferir diretamente nos grupos, prevenindo que o bullying aconteça;
- Exibir filmes sobre o tema.
A escola deve promover debates sobre bullying e cyberbullying com o propósito de conscientizar os alunos sobre o assunto, bem como instruir sobre como agir caso essa situação aconteça. Além disso, é importante dar detalhes sobre como ele acontece e como suas consequências são nocivas para a vítima.
O ideal é que a instituição promova campanhas e discussões constantemente.
Como lidar com o bullying na escola?
Quando são identificados casos de bullying, a escola deve agir imediatamente e de forma delicada. O primeiro passo é identificar os envolvidos, tanto vítimas como os agressores, e solicitar a intervenção das famílias.
Vale lembrar que a escola não pode legitimar as ações do autor das agressões, mas também não pode e nem deve humilhá-lo ou puni-lo com medidas antipedagógicas ou desproporcionais ao mal causado.
Já a vítima do bullying precisa restabelecer a sua autoestima e as suas relações interpessoais. Ela precisa sentir que está em um lugar seguro para falar sobre o que aconteceu e se sentir integrada de forma orgânica à comunidade escolar.
Além disso, é indispensável conversar com os alunos que assistem às ações depreciativas, pois eles fazem parte disso. É importante conscientizá-los sobre a gravidade da situação ocorrida e expor as consequências dessas atitudes.
Desse modo, podemos dizer que tanto o autor das agressões quanto a vítima precisam de acompanhamento e apoio psicológico. Cabe à escola conversar com os pais e alunos sobre o bullying, deixando claro as medidas tomadas em situações assim e criando campanhas de conscientização recorrentes.
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Como saber se uma criança está sendo vítima de bullying na escola?
As vítimas mais comuns são os alunos fora do padrão, seja pela cor do cabelo ou da pele, deficiências, formas de se vestir, peso, classe social, timidez ou sotaque.
Por isso, é imprescindível que a escola esteja atenta aos estudantes, a fim de perceber se eles sofrem algum tipo de agressão.
Existem alguns sinais que podem indicar se um estudante é vítima de bullying. Entre eles, estão:
- A criança não querer ir às aulas ou pedir para trocar de escola/turma sem motivo aparente;
- Voltar para casa com roupas ou livros rasgados;
- Apresentar baixo rendimento escolar e isolamento;
- Demonstrar falta de interesse por temas ou atividades que um dia lá lhe chamaram a atenção;
- Mudar drasticamente o seu comportamento dentro e fora da sala de aula.
Os sintomas que a vítima de bullying pode apresentar são: depressão, agressividade, baixa autoestima, ansiedade, medo, entre outros. E, ao perceber qualquer um desses sinais, os pais devem conversar com a criança para descobrir o que está acontecendo e procurar pela ajuda da escola. Além disso, é importante que a vítima tenha um acompanhamento psicológico. Afinal, é isso que vai ajudá-la a trabalhar sua autoestima e fazer com que ela aprenda a lidar melhor com tudo o que está acontecendo.
Filmes e recursos para prevenir o bullying na escola
A conscientização é o primeiro passo para combater o evitar o bullying na escola. Por isso, o Escolaweb selecionou alguns filmes e recursos audiovisuais e literários que podem ajudar gestores, professores e familiares na jornada de conscientização sobre os tipos de bullying e suas consequências. Confira!
- Livro “Bullying: mentes perigosas nas escolas”;
- Filme “Ponte para Terabítia”;
- Infográfico Bullying – #ÉdaMinhaConta;
- Podcast | Chão de escola Ep. 25 – Bullying e Cyberbullying;
- Livro “Pedro e o menino valentão”;
- Filme “Extraordinário”;
- Filme “Meu melhor inimigo”.
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Além das dicas citadas acima, para que haja uma relação respeitosa, eficaz e transparente dentro e fora do ambiente escolar, é importante que sejam utilizados recursos que realmente aproximem e simplifiquem as relações entre os estudantes e a comunidade escolar.
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