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Educação em tempo integral: um novo desafio para as escolas particulares.

7 de janeiro de 2015
3 minutos

A educação em tempo integral foi tema bastante discutido na última eleição presidencial. Com o crescente debate sobre como deve ser a educação no país, uma das ideias é a ampliação do horário em que o aluno permanece na sala de aula. Um dos argumentos é de que a prática pode devolver a relevância da escola na vida do aluno, criando um processo educacional mais completo.

Profissionais da área estão de acordo em um ponto: não se pode mais continuar com uma estrutura escolar estabelecida no século XIX. Isso quer dizer: uma escola não deve passar os conteúdos da mesma maneira para diversos alunos, diferentes entre si. Os desafios para a construção de uma escola em tempo integral são muitos. A seguir, entenda um pouco melhor a questão.

O desafio da relevância

Não raro os jovens se sentem pouco estimulados na escola. O fator mais indicado para que isso aconteça é que o acesso à tecnologia, ampla e veloz, tornou as aulas expositivas obsoletas. Todas as escolas do país, também as particulares, possuem o desafio de tornar sua presença mais relevante na vida do aluno.

Atualmente, a maioria das escolas possui computadores e acesso à internet. No entanto, ainda não desenvolveram uma metodologia que una a tecnologia e o ambiente da escola de forma mais dinâmica. Acontece de alunos pesquisarem assuntos, digitarem seus trabalhos. Porém, a escola deve ir além com o intuito de convencer o aluno de sua relevância.

O custo da educação em tempo integral

Quando comparada às escolas geridas pelo governo, a privada de tempo integral não teve um aumento de matrículas muito impactante. Enquanto o número de alunos para o horário integral cresceu 46,4% nas governamentais, o crescimento foi de 12,5% nas escolas particulares. A pesquisa foi realizada pelo Censo no ano de 2013.

Aponta-se como uma das principais questões o custo alto que acarreta o horário integral nas instituições particulares. A mensalidade pode custar até 80% a mais, de acordo com a Federação Nacional das Escolas Particulares.

Procurar o meio termo para o custo da mensalidade é um desafio e tanto, considerando que as escolas públicas e particulares, no Brasil, possuem realidades bastante distintas. Até pela questão da violência, os governos estão investindo na manutenção do aluno dentro da escola. Já nas particulares, a implementação desse sistema depende mais da demanda, afinal nem sempre os pais estão dispostos ou podem pagar tanto a mais.

O desafio da qualidade x quantidade

A maneira como o sistema de educação em tempo integral será implementada deve ser pensada de forma que não aumente simplesmente o tempo de permanência do aluno na escola, mas que sua educação seja mais completa. Para isso, escolas particulares devem procurar dentro de sua comunidade quais são as demandas dos pais e dos alunos.

Por exemplo, articular atividades que envolvam o bairro pode render atividades extras interessantes, como visita a um parque ou o desenvolvimento de trabalhos ecológicos. Em suma, o tempo integral pode investir no que nem sempre é possível fazer durante meio período: a parte prática. Laboratórios para desenvolvimento de experiências químicas ou um laboratório jornalístico para produção de jornais escolares e revistas. Se o tempo é maior, o resultado na qualidade não será verificado apenas com a implementação de aulas expositivas.

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