Vivemos em um país miscigenado e com muitas culturas e nuances diversas. Isso se traduz em todos os aspectos da sociedade. Portanto, é importante tratar abertamente sobre a questão da diversidade na escola como forma de construir um ambiente saudável.
A diversidade se apresenta de diversas formas: diferentes raças, religiões, culturas e deficiências físicas e neurológicas, bem como diferentes formas de encarar a sexualidade e a questão de gênero. O país é diverso, o mundo é diverso e as nossas crianças e adolescentes precisam aprender a respeitar esses contrastes.
Entender o conceito de diversidade faz com que o gestor possa promover a inclusão na escola, que vai além do que exige a lei, é uma questão de formação social e cidadã. E esse, como você sabe, é um dos papéis das instituições de ensino.
Por isso, continue a leitura e saiba mais sobre como lidar com esse tema.
O que é diversidade na educação?
Quando falamos em diversidade, estamos nos referindo a todas as diferenças que fazem o Brasil e o mundo tão interessantes. Na escola, essas várias nuances se encontram e compartilham um mesmo objetivo: o de aprender.
Portanto, a escola é um ambiente em que a diversidade deve ser respeitada, mas esse respeito nem sempre vem de casa. Assim, é preciso que ele seja ensinado, valorizado e introjetado na cultura da comunidade escolar.
Na Lei de Diretrizes e Bases (LDB), de 1996, o respeito à liberdade e o apreço à tolerância são princípios da Educação. No Plano Nacional de Educação (PNE), criado em 2014 e vigente até hoje, a promoção da diversidade e a necessidade de erradicar todas as formas de discriminação também são diretrizes do ensino.
Tudo isso demonstra o quanto essa questão da diversidade é importante na escola. O respeito às diferenças é o primeiro passo para o fim do bullying e de todas as formas de discriminação no ambiente escolar. E, por fim, é essencial para a construção de uma sociedade democrática, justa e humanitária.
Como lidar com a diversidade na escola?
Lidar com a diversidade na escola não é tarefa fácil. Punir e recriminar, simplesmente, são atitudes que podem fazer com que o problema se agrave. Por isso, o diálogo é sempre o melhor caminho.
Veja, agora, algumas formas de trabalhar a temática com alunos, familiares, professores e demais funcionários.
Converse sobre diversidade com os alunos
Não adianta tapar o sol com a peneira. É necessário conversar sobre diversidade com os alunos de forma aberta e franca.
Evitar o assunto não vai fazer com que ele desapareça. É natural que crianças e adolescentes se sintam confusos sobre alguns temas, principalmente quando envolvem tabus, como a sexualidade.
Por isso, promova rodas de conversa nas quais eles possam esclarecer dúvidas sobre homossexualidade, entendam por que algumas famílias são diferentes das outras etc.
Melhore o ambiente escolar
De nada vale promover debates, palestras e outras atividades e ficar só no discurso. É preciso criar um ambiente de respeito na escola, mediando conflitos e incentivando a empatia entre os alunos.
Não obrigue o agressor a pedir desculpas sem fazer com que ele entenda primeiro no que errou. Proporcione o diálogo entre os estudantes e familiares. Crie uma atmosfera de compreensão na qual todos poderão expressar suas opiniões e sentimentos.
Adapte o PPP e inclua a diversidade na escola
A preocupação com o combate à discriminação e ao preconceito deve estar expressa no PPP (Projeto Político Pedagógico) da escola. Assim, ela se torna uma prática a ser adotada em todas as disciplinas e em diversas atividades ao longo do ano.
O PPP deve prever o acolhimento às crianças e adolescentes sem discriminação de qualquer espécie, estimulando, desde sempre, o envolvimento da comunidade escolar com o mesmo objetivo.
Esclareça conceitos
Esclarecer conceitos faz parte do diálogo franco e aberto. Muitas vezes, os alunos têm um comportamento agressivo ou indiferente a algo por desconhecimento.
Não é raro que aprendam de forma equivocada sobre certos termos, seja na internet, na escola com colegas ou até mesmo em casa. Por isso, é importante explicar o que é cada um deles: igualdade de gênero, orientação sexual, racismo, crenças, deficiência, etc.
Ao receber a informação correta, os alunos poderão desenvolver o senso crítico acerca desses temas, sem, ao contrário do que algumas pessoas pensam, serem influenciados a adotar determinado comportamento.
Faça dinâmicas de integração
Existem diversas formas de estimular a empatia dentro de um grupo. Uma delas é fazer com que a pessoa se coloque no lugar do outro. Para isso, podem ser usadas dinâmicas de integração, algo simples e que vai tornar a aula mais interessante,
O professor pode, por exemplo, usar a dinâmica do “feitiço que vira contra o feiticeiro”. Nela, todos os estudantes formam um círculo. A seguir, escrevem em uma folha o que gostariam que o seu colega do lado direito fizesse. Nesse momento, podem surgir as “pegadinhas”, em que as crianças e adolescentes pedem que o colega faça algo constrangedor ou que não gosta.
Então, anuncie a surpresa: são eles próprios que vão realizar a atividade proposta ao seu colega. Ou seja, sem saber, eles se colocarão na pele do outro. Assim, ensina-se a empatia.
Use livros e filmes infantis que incentivem a diversidade na escola
Esses são recursos que geram identificação. Assim, promova sessões de cinema na escola e cirandas de leitura com filmes e livros que contenham mensagens de tolerância e respeito à diversidade.
O professor pode criar seminários e debates após a exibição dos filmes ou do encerramento da ciranda da leitura, nos quais vai abordar temas como racismo, intolerância religiosa ou preconceitos em geral. Não precisa ser uma história em que esses elementos estejam tão explícitos. Eles podem aparecer de forma sutil, como nos filmes Frozen ou Shrek, em que os personagens precisam lidar com o seu desenquadramento social.
Lembre-se de que a escola é um lugar plural, onde é preciso saber conviver com o diferente e praticar a inclusão. Do contrário, pode virar um espaço de disputas, bullying e divisão social. Por isso, valorize a diversidade na escola e promova o diálogo com toda a comunidade escolar. Não há melhor forma de ensinar.
Para saber mais sobre o assunto, leia também nosso artigo sobre o que é política de inclusão social. Aproveite para nos seguir nas redes sociais e ficar por dentro de outras notícias sobre educação!