Outubro é o mês de sensibilização para a prevenção e combate mundial ao bullying na escola. O dia 20 é dedicado à conscientização das pessoas para esse problema, que atinge crianças e adolescentes do mundo inteiro.
Nas instituições de ensino, as ações para prevenir a prática costumam se intensificar nesse período. Segundo publicação do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) de 2015, aproximadamente um em cada dez estudantes brasileiros é vítima frequente de bullying dentro do ambiente escolar.
Outro dado, do relatório Talis, – da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), indica que 28% dos diretores de escola no Brasil já testemunharam situações de intimidação ou bullying entre os alunos.
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Já a Unicef divulgou em setembro deste ano, dados que indicaram que um a cada três jovens em 30 países já sofreu com o problema na internet. O chamado cyberbullying, demonstra que a questão ultrapassa os muros da escola e, muitas vezes, reflete em atitudes dentro dela.
O gestor precisa estar atento a qualquer sinal do problema e incidir sobre ele rapidamente. Por isso, veja neste post como evitar e combater a prática do bullying na escola.
Quais são as causas do bullying?
A culpa sobre uma agressão nunca é da vítima mas sim do agressor. Porém, é preciso ter em mente que estamos falando de crianças e adolescentes, que ainda estão formando o seu caráter e que são bastante influenciáveis. Portanto, é possível fazer uma análise dos agressores de uma forma geral e buscar entender as causas para esse tipo de comportamento negativo.
Os praticantes de bullying, normalmente, são crianças e jovens com maior porcentagem de reprovação e que se sentem ameaçados pelo bom desempenho dos demais. Em grande parte dos casos, eles vêm de relações familiares desestabilizadas e, por vezes, violentas. É comum a falta de diálogo e compreensão na casa desses agressores, que podem, também, ser vítimas de agressão por parte de um ou mais membros da família.
Além disso, existe, na sociedade a filosofia de que “o maior e mais forte derrota o menor e mais frágil”. Este pensamento perigoso estimula a competição entre os estudantes e pode resultar em uma disputa que não é saudável.
Quais são os efeitos negativos e devastadores dessa prática?
O bullying não faz bem para ninguém — nem para vítima, nem para o agressor. Ambos podem sofrer sérias consequências físicas e psicológicas, como problemas de autoestima, dificuldade de aprendizado. Também é comum a dificuldade em se fazer amigos, a ansiedade, medo e, até mesmo, depressão. Em casos extremos, a vítima pode chegar a ter pensamentos suicidas, e não são raros os que chegam efetivamente a esse desfecho.
Atraso no desenvolvimento, queda de rendimento e evasão escolar também são consequências desse tipo de prática. Entre os jovens que sofrem bullying, pode ocorrer alterações de comportamento, como o isolamento e mudanças repentinas de humor. Fisicamente, baixa da imunidade e perda de peso são alguns dos resultados encontrados.
Ao notar esses sintomas, gestores e professores devem procurar a família e tentar resolver a situação o mais rápido possível. Por isso é importante que pais e responsáveis também estejam atentos e procurem a escola caso percebam que a criança sofre bullying. Quanto mais cedo for detectada a situação, menos consequências desastrosas ela trará. Dependendo do caso, deve-se buscar ajuda psicológica.
Como evitar e combater o bullying na escola?
Existe um conjunto de ações que podem ser promovidas para combater a prática do bullying dentro do ambiente escolar. Na prevenção, a escola deve trabalhar para conscientizar os alunos e suas famílias sobre o assunto. Em síntese, é importante deixar claro que o ato é errado, imoral e será punido. Infelizmente, muitos estudantes, não sabem que o bullying é criminoso, segundo a lei federal 13.185/15.
Uma forma de preveni-lo é focar no desenvolvimento emocional dos estudantes. Além disso, existem alguns programas para esse fim como o “Escola da Inteligência”. O projeto é praticado em diversos estados brasileiros e consiste em encontros semanais e em grupo. Em resumo o objetivo é debater situações do cotidiano e a forma com que cada um lida com elas. Assim, aos poucos, os alunos aprendem a respeitar uns aos outros e a expressar os seus sentimentos.
Para combater o bullying, gestores, professores e demais funcionários devem ficar atentos às situações que geralmente ocorrem durante o recreio, na entrada e saída da escola e nos intervalos das aulas:
- empurrões e pontapés;
- insultos;
- circulação de boatos humilhantes;
- situações embaraçosas;
- apelidos que ferem a dignidade;
- circulação de imagens (inclusive pela internet, que configura um caso de cyberbullying);
- ameaças presencialmente e por mensagens;
- exclusão de atividades sociais ou pedagógicas.
Ao presenciar alguma dessas ocorrências, a escola deve intervir imediatamente. Contudo, para fazer isso, a comunidade deve estar preparada.
A própria Lei Antibullying orienta para a realização de atividades de capacitação sobre o tema, como práticas de orientações à família, palestras, promoção de campanhas e ações de fortalecimento da cidadania. Todavia, professores e funcionários da escola devem receber formação para lidar com as situações de conflito, dando suporte às vítimas.
Tecnologia como aliada
Eventos como palestras, encontros e debates, materiais de divulgação como cartilhas, atividades lúdicas e artísticas, e rodas de leitura são algumas das ações recomendadas para prevenção e combate ao bullying. Do mesmo modo, a escola também pode reforçar o seu posicionamento nas reuniões de pais, na distribuição de cartazes pelos corredores e de comunicados na agenda do aluno.
A tecnologia também pode ser uma aliada na hora de combater a prática negativa, pois ela auxilia na comunicação com as famílias, o que é fundamental para identificar esse tipo de situação. De fato, enviar e-mails e comunicados por um mural virtual é uma forma de estar presente e demonstrar a preocupação com os alunos. Além disso, pelo acompanhamento do desempenho dos estudantes por meio de um software, a escola pode perceber quedas de rendimento e detectar casos de agressão.
Dar atenção ao bullying na escola é fundamental para que a instituição cumpra o seu papel de formadora de cidadãos responsáveis e maduros. Afinal, educação não é apenas aprender a ler, escrever, fazer contas etc.: é aprender a pensar criticamente e a conviver em harmonia na sociedade.
Gostou deste texto? Então aproveite para saber mais sobre como prevenir o bullying!